O ano de 2020 promete ser desafiador até os seus últimos dias.

Além de promover uma completa modificação nos hábitos de consumo dos brasileiros devido a pandemia da Covid-19, um outro desafio já está tirando o sono dos varejistas em geral: a falta de insumos para a indústria que deve ser responsável pelo atraso nas entregas dos fornecedores e até mesmo pela falta de produtos nas gôndolas e prateleiras nesse final de ano.

Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam que o percentual de indústrias com dificuldade para atender seus clientes aumentou de 44% para 54% entre outubro e novembro.  Em 19 dos 27 setores analisados na indústria de transformação, a dificuldade para atender a demanda afeta, pelo menos, 50% das empresas. Na sondagem de outubro, eram 10 setores nessa situação.

Nos últimos meses a CNI identificou uma boa recuperação industrial, no entanto, os estoques das indústrias ainda estão abaixo do ideal.  O fato é responsável pela interferência nas cadeias de produção e cria entraves para a recuperação do setor.  Neste ritmo, a expectativa é de que a normalização do abastecimento só ocorra realmente em 2021.

Entre a áreas mais impactadas estão:

• Móveis;
• Produtos têxteis
• Veículos automotores
• Bebidas;
• Produtos de limpeza;
• Produtos alimentícios
• Calçados, entre outros.

No setor de bebidas, por exemplo, começa a faltar cervejas, de acordo com reportagem divulgada pela revista IstoÉ. Em outubro o índice de ruptura nesse setor chegou a quase 19% já que algumas marcas estão com dificuldades para encontrar embalagens como vidros e latas.

O varejo precisará se adaptar à situação uma vez que os grandes supermercados ou atacados possuem contrato de fornecimento garantido, mesmo que em menor quantidade. Já os pequenos e médios, podem ter um impacto maior.

Para o consumidor, agora no final do ano o reflexo deve ser sentido no bolso: além de não encontrar a marca que procura, pode ser que precisará desembolsar um valor a mais para ter acesso à bebida desejada.